Banco Inco
Este é o ponto mais antigo de nossa trilha, uma vez que a Rua Nove de Março é a primeira via pública de Joinville - ligava o pequeno porto, onde desembarcaram os primeiros imigrantes, aos barracões construídos para abrigá-los, em frente de onde hoje está a praça Lauro Müller. A Nove de Março já foi chamada de Jurapepikade (Picada do Jurapê) e Hafenstrasse (Rua do Porto). Atualmente, leva o nome que homenageia a data oficial de fundação de Joinville: 09 de março de 1851.
Também aqui diferentes estilos de arquitetura se encontram. O destaque está no antigo Banco INCO, atualmente Palácio dos Calçados, em frente, no lado oeste. Construído por volta de 1930, pela empresa Keller & Cia, o edifício - tombado como patrimônio histórico catarinense - foi construído para o Banco Agrícola e Comercial de Blumenau (BACB), incorporado mais tarde pelo INCO (Banco da Indústria e Comércio de Santa Catarina). Mais tarde, funcionou também neste prédio o BANESTADO (Banco do Estado do Paraná).
Revela na sua forma a imagem que um banco queria transmitir à época: solidez, imponência, segurança. A mesma imagem do Banco do Brasil do Encontro 1, porém em outro estilo.
A marcação da esquina desta vez é feita, além do arredondamento, com a supressão do volume formando uma sacada no pavimento superior.
O acesso se dá por uma escadaria curva que supera o sólido embasamento, elevando o pavimento térreo. Colunas e pilastras colossais, isto é, que ocupam os dois pavimentos, conferem mais imponência ao prédio e sustentam um coroamento em platibanda cega.
Voltando-se para leste podemos observar o prédio da Rua do Príncipe, 143 que atualmente possui duas lojas – Relojoaria Klix e Ótica Mundus. A ocupação deste sobrado eclético por dois estabelecimentos fez com que sua fachada sofresse alterações distintas.
No térreo do lado esquerdo e no pavimento superior do lado direito as aberturas foram substituídas por outras de tamanho e forma diferentes e os ornamentos foram removidos. O mesmo ocorrendo na sua platibanda cega.
Art Déco
Na esquina oposta, outro prédio Art Déco de três pavimentos onde funciona atualmente a loja da Claro. Este, apresenta a esquina arredondada com frisos verticais que se prolongam além da linha da platibanda.
Ao seu lado, na Rua do Príncipe, 249, está o prédio onde funcionou o Café Ravache e o Café Schwochow, além de várias lojas, com destaque para a Casa Coelho, uma das maiores lojas de Joinville nos anos 70 e 80. Embora o térreo tenha sido descaracterizado, o pavimento superior e o sótão mantêm-se íntegros e apresentam uma profusa decoração com capitéis, guirlandas e arabescos. Sob a porta do balcão com balaústres de ferro e caixilharia bem trabalhada surge uma cartela com a data de sua construção – 1920. O telhado em quatro águas mutilado (krüppelwalmdach) é típico nas construções antigas da cidade e serviu de referência para o Edifício Koerich.
Na esquina em que nos encontramos, mais um prédio em falso enxaimel com torreões pontiagudos e elementos de madeira decorativos aplicados na fachada.
No lugar deste prédio, onde atualmente é a loja Óticas Visão, havia um outro prédio onde funcionou por muitos anos as Casas Pernambucanas.
PARA IR ALÉM
Na Rua 9 de Março, 462, a oeste, pode ser apreciado um belo exemplar de arquitetura Art-déco. Trata-se do Edifício Adelaide Schlemm com suas superfícies curvas, principalmente as sacadas.
Observe no caminho para o próximo Encontro, na Rua do Príncipe, 315 um edifício pós-moderno que, com seu vidro com película azul, contrasta com as demais construções da via e, no número 330, a galeria e o Edifício Manchester.